FERRAGAMO apresenta: Cinema
Fevereiro – Para o outono-inverno de 2023, Maximilian Davis retorna a Hollywood, a segunda casa de Salvatore Ferragamo, para se basear nos guarda-roupas das estrelas com quem a casa trabalhou durante a década de 1950. Visto pelas lentes da modernidade, sua beleza hiperfeminina adota um futurismo alienígena; os volumes e silhuetas da época distintamente deslocados.
“Foi assim que a Ferragamo começou fazendo sapatos para filmes na década de 1930, e evoluiu para construir relacionamentos com estrelas de cinema como Sophia Loren e Marilyn Monroe na década de 1950”, explica Davis. “Eu estava interessado em usar seu glamour e beleza, e sua maneira de se vestir, como referência, mas olhando como poderíamos torná-lo moderno para hoje.”
Exploradas com a precisão linear que define a expressão de Davis, as silhuetas de meados do século encontram uma pureza gráfica: uma saia rodada agora vista em náilon branco ótico; um corte casulo adotado da alta costura dos anos 50 aplicado a uma técnica bomber cropped. A alfaiataria dupla face oferece uma clareza nítida e cinematográfica ou, encolhida e cortada na cintura, atualiza a tradição através da facilidade de sua gabardine de lã elástica. As joias de baquelite são concebidas em resina transparente, e as saias largas dos casacos swing, ou cortes ombro a ombro, evoluem os códigos históricos do glamour feminino para uma nova era.
Um “vocabulário de barras” perturba uma sensibilidade clássica: ternos bem cortados, ou couros que se abrem para revelar flashes de cor, falam tanto da estética exigente de Davis quanto do espírito disruptivo dos greasers dos anos 50. Os códigos do guarda-roupa dos motociclistas aparecem intercalados por toda parte, em veludo flocado ou jeans metálico revestido, tanques de viscose branca e brogues inchados no dedo do pé.
Impressões exóticas tiradas dos arquivos são escaneadas e manipuladas antes de aparecerem impressas em tela em tosquia ou acessórios de couro, com uma leve distorção “para que pareçam peças de herança, tiradas do passado, mas trazidas para o futuro”. A linguagem ornamentada de um sapato de arquivo, originalmente fabricado em 1956 em ouro de 18 quilates, é revivida através de detalhes-chave: sua forma angular informando o salto alto dos estiletes, sua corda torcida aparecendo como uma alça superior. A silhueta de uma bolsa da SS98 é retrabalhada em novas proporções e com novas ferragens; a bolsa Wanda aparece em inúmeras novas encarnações.
A evolução graciosa do lenço, um código-chave da Ferragamo, aparece em contraste com as silhuetas rígidas. “Eu queria apresentar o lado mais romântico dos anos 50, e os dois elementos parecem contrastar tão diretamente – o etéreo contra o rigor – que de alguma forma andam de mãos dadas”, explica Davis. O surgimento dessa elegância lânguida, expressa em mangas em forma de asa de morcego e detalhes drapeados renascentistas, apresenta um contraponto ao glamour fetichista de alta octanagem de minivestidos de lamê cintilantes e couro envernizado que emerge no fechamento da coleção. “Esta é a minha opinião sobre o que as pessoas dos anos 50 pensariam do futuro: metálicos alienados e alto brilho”, diz Davis.
Esse sentimento consolida o espírito da temporada – a imaginação e reimaginação de eras díspares e estética cinematográfica que, através das novas lentes de Ferragamo, encontram a modernidade resoluta.
#FERRAGAMOFW23
@ferragamo