Aos poucos respiramos mais aliviados e já estamos de olho na vida após o afastamento. O governador João Dória divulgou a retomada gradual de algumas atividades comerciais para o dia 10/06/20. A capital paulista está na fase laranja do plano gradual de flexibilização. Nesta etapa, cinco setores são autorizados a reabrir com restrições, dentre eles comércio de rua, imobiliárias e shoppings centers.
Isso tudo é maravilhoso, mas e o COVID-19? Quais os cuidados devemos tomar? E na hora do almoço? É seguro ir aos restaurantes? E no trajeto casa trabalho, no ônibus e metrô, como devemos nos proteger já que agora com certeza eles estarão mais lotados.
A volta ao trabalho não significa que vencemos o inimigo invisível, pelo contrário, ele continua entre nós. Medidas como lavagem das mãos, uso de álcool gel, manter distanciamento de no mínimo um metro e meio, evitar aglomerações, aperto de mão, beijinhos, abraços e compartilhamento de copos e outros objetos pessoais como, copos, garrafas, talheres, continuam no topo dos cuidados quando o assunto é prevenção. Isso não se trata apenas de preservar a sua própria vida, é o respeito e consideração pelas pessoas que estão em nossa volta e que também precisam trabalhar.
Bom, vamos falar de um item básico, comida. É seguro almoçar em restaurante? (em alguns estados já estão abertos) para a nutricionista Adriana Stavro, ainda não é o momento. Então voce vai passar fome? Também não. Para a nutricionista o ideal é fazer marmita.
Para montar a marmita é fácil. Monte como se estivesse fazendo seu prato de comida em casa, assim fica mais fácil ajustar a quantidade. Pense na sua fome. É só um almoço.
A regra básica é a mesma
– 50% da quantidade de comida deve der de verduras e legumes
– A outra metade vamos dividir em uma porção de carboidratos, uma de leguminosas e uma de proteínas.
Exemplo:
A salada deve sempre estar separada dos demais alimentos, uma boa opção é montar no pote (receita abaixo). As proteínas (carne, frango ou peixe) devem sempre ser grelhadas ou assadas. Pode ser ovo cozido também. O carboidrato pode ser uma porção de arroz (de preferência integral), batata doce cozida, abóbora cabotiá ou macarrão. As leguminosas podem ser feijão preto ou carioca, podendo ser substituída por ervilha, lentilha ou grão de bico.
São muitos os tipos de marmitas disponíveis para compra. Vidro, elétrica, plástico, vácuo, aço, com ou sem divisórias, coloridas etc.. Tem para todos os gostos e bolsos. Eu recomendo sempre a de vidro. Muito prática, fácil de lavar, preserva as características do alimento como sabor e cor, não fica com cheiro e preserva o meio ambiente. Mas ela tem alguns inconvenientes. Para quem depende de ônibus ou metrô ela é pesada e quebra com facilidade.
A segunda opção são as de plástico. Mais leves e não quebram. Porém é necessário prestar atenção na hora da compra, o ideal é plástico livre de bisfenol (BPA) e próprio para aquecer. Eu não recomendo aquecer o alimento na marmita de plástico. O ideal é que o alimento seja colocado em um recipiente de vidro antes de ser levado ao micro ondas, assim, evita que a marmita fique manchada e com cheiro.
Para transportar o ideal é uma sacola térmica. Chegando no local de trabalho guarde na geladeira. Para quem não tem geladeira no trabalho, uma opção é usar cubos de gel congelados para conservar a comida até a hora do almoço. Parece óbvio, mas não guarde sua marmita na sacola térmica sem lavar, além da contaminação o cheiro fica insuportável.
Para transportar a salada, uma opção é montar no pote. Neste caso é importante seguir a ordem dos ingredientes:
1° – molho (pouco)
2° – legumes (pepino, cenoura, beterraba)
3° – leguminosas/grãos (feijão fradinho, grão-de-bico, lentilha, ervilha, feijão moyashi, quinua, cevadinha, arroz 7 grãos, arroz negro, arroz vermelho)
4° – as folhas (sempre por último)
Mas se optar por comer em restaurantes, veja as recomendações:
– Lave as mãos na entrada do restaurante e use álcool gel (o restaurante deve fornecer);
– Respeite o distanciamento entre as pessoas (mínimo 1,5m);
– Sente à mesa respeitando o distanciamento (1,5m para a direita, esquerda e a sua frente);
– Entre um cliente e outro, verifique se o restaurante limpou e passou álcool na mesa e nas cadeiras;
– Evite falar durante as refeições;
– Não compartilhe talheres e copos;
– Não prove a sobremesa do amigo com seu talher usado (use uma limpa);
– Cubra boca e nariz com cotovelo ou lenço ao tossir ou espirrar (lave as mãos imediatamente);
– Se for usar o banheiro, após a higiene das mãos abra a porta com o auxílio de um papel;
No restaurante self-service, devemos ainda:
– Não falar em frente a comida;
– Usar um guardanapo para pegar os utensílios compartilhados (os utilizados para colocar comida no prato) e temperos (azeite, vinagre, pimenta, sal);
MUITO IMPORTANTE
– O uso de máscara é obrigatório.
Porém ela não nos protege totalmente contra o vírus, apenas da exposição direta pela tosse ou espirro, ficando os olhos sem proteção. A máscara ainda nos faz levar as mãos mais vezes ao rosto, portanto é fundamental manter as mãos limpas e higienizadas.
Ao entrar e sair do ônibus, metrô ou trem, a dica é sempre estar com as mãos higienizadas com álcool em gel. Tenha sempre na bolsa um higienizante, que ajuda a deixar as mãos limpas e protegidas, não só contra o novo coronavírus, mas de outros vírus e bactérias.
Evite o contato das mãos com as superfícies do ônibus ou metrô e lave-as com álcool gel imediatamente após o uso do transporte público.
O vírus não infecta as pessoas pelas mãos, e sim quando elas são levadas à boca, nariz, olhos, ouvidos por isso elas devem estar sempre limpas.
Use lenços descartáveis, em caso de tosse ou espirro, e descarte-o imediatamente após o uso em lixeira adequada.
Ao se apoiar nas barras de apoio, tomem cuidado, pois ali pode conter gotículas de tosse ou espirro, por isso use álcool gel antes e depois de andar em qualquer transporte público.
Mantenha distância de pelo menos 1 metro da outra pessoa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda também que as pessoas evitem tocar os olhos, a boca ou o nariz, pois são as portas de entrada para o vírus. Assim como cobrir a boca com a parte de dentro do cotovelo ao tossir e espirrar.
Cuidados pessoais
– Proteja as vias aéreas. O coronavírus é uma infecção que afeta o sistema respiratório.
– Evite tocar os olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas.
– Sempre que espirrar ou tossir, cubra o nariz e boca com um lenço de papel descartável, e logo em seguida descarte-o corretamente no lixo, e não esqueça de lavar as mãos.
– Evite contato próximo com pessoas infectadas ou com suspeita da doença.
– Lave as mãos frequentemente com água e sabão por 20 segundos (no mínimo) e use um antisséptico à base de álcool em gel.
– Use lenços descartáveis para higiene nasal.
– Não compartilhe objetos de uso pessoal, como copos, garrafas, talheres, cigarro, piteiras (narguilé), batom, chimarrão e tererê (bebida típica do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul) .
– Evite locais fechados e aglomerações (mesmo que seja na casa de amigos).
– Mantenha unhas curtas, cabelos sempre limpos e presos, e para os homens, se possível, sem barba.
– Higienize celular, notebook, fones de ouvidos e outros objetos pessoais. O celular deve ser higienizado três vezes ao dia, no mínimo. Quanto mais é usado, maior o risco de ser um condutor do vírus e, portanto, maior a necessidade da higienização. O fone de ouvido e o notebook devem ser higienizados sempre após o uso. Para os equipamentos eletrônicos, o indicado é utilizar o álcool isopropílico 70% (não é a versão em gel). O ideal é desligar o celular, tire a capinha e aplique o produto com um pano macio ou algodão. Limpe também a capinha. Faça o mesmo com o notebook.
Em casa
– Limpe frequentemente mesas, cadeiras, maçanetas, interruptores, pias e outras superfícies.
– Mantenha ambientes limpos e bem ventilado.
– Limpe e desinfete objetos e superfícies tocados com frequência.
– Use hipoclorito de sódio 12% na limpeza de superfícies, pois nem tudo pode ser limpado com água e sabão. Estudos apontam que o vírus pode ficar retido em superfícies por até 5 dias, e na falta de álcool nos estoques de supermercados e farmácias, o hipoclorito de sódio 12% (água sanitária) é uma boa alternativa. Dilua 200ml de água sanitária para 5 litros de água .
– Evite usar ventilador. Se uma pessoa contaminada tossir ou espirrar na frente dele, ele pode espalhar o vírus.
– Limpe os brinquedos das crianças no mínimo uma vez.
* Em casa os cuidados com higiene e limpeza são fundamentais, especialmente se há, entre os moradores, idosos acima de 60 anos e portadores de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, asma entre outras.
Ao chegar em casa da rua
– É importante eliminar qualquer possibilidade de espalhar o vírus dentro da residência.
– Tire os sapatos do lado de fora da residência.
– Não encoste em nada sem antes lavar bem as mãos e os antebraços, com água e sabão.
– Deixe tudo o que estiver carregando na entrada da casa, como bolsas, mochilas, chaves, carteira.
– Tire a roupa, tome um banho e lave o cabelo antes de fazer outras tarefas.
– Não ande pela casa com a roupa que estava na rua.
– Higienize as maçanetas de porta e interruptores que você possa ter tocado antes de lavar as mãos.
– Cuidados com uso da máscara
– Não compartilhe com ninguém.
– Se estiver usando a máscara cirúrgica (branca) troque depois de 2h (tenha pelo menos 2 para intercalar) e ela deve ser descartada no lixo e nunca reutilizada.
– Não deixar a máscara pendurada no pescoço ou braço porque, assim, ela está suscetível a sujeira.
– Sempre que precisar tirar a máscara, coloque em um saquinho individual. As máscaras de pano devem ser lavadas sempre que chegar em casa. Lavar com água, sabão e água sanitária apropriada. Deixar de molho de 20 a 30 minutos, depois esfregar, enxaguar e colocar para secar. Quando estiver seca passar ferro e guardá-la em um saquinho.