Vozes femininas se uniram para reforçar o manifesto “Nós Somos a Ciência”, em defesa da educação, da pesquisa e da inovação, tão sucateadas no Brasil. Na última quarta-feira (22), foi lançado um vídeo com mulheres cientistas que abraçaram o movimento. Idealizado pelo físico Wilson Namen, o engenheiro José Luíz Martins, o produtor de audiovisual Rafael Procópio e pela jornalista Sui Teixeira, o manifesto teve um vídeo piloto lançado no início do mês, com vozes de cientistas brasileiros de renome mundial, num apelo para a valorização da ciência e dos profissionais da área no Brasil.
Segundo a Dra. Hellíada Chaves, atualmente professora de Odontologia na Universidade Federal do Ceará e pesquisadora em Ciências da Saúde e Odontologia, defender a ciência é fundamental nesse momento, quando o mundo enfrenta a pandemia da Covid-19 (novo coronavírus). “Somente a ciência, como promotora do pensamento crítico e racional, pode gerar autossuficiência para uma nação e responder a perguntas que guiam práticas clínicas. Ela é capaz de nortear a tomada de decisões de um governo quanto às políticas públicas e ao direcionamento racional de recursos. O brasileiro precisa entender que o governo e a economia precisam da ciência,” afirma.
O surgimento do novo coronavírus fez, desde o final do ano passado, o mundo científico voltar suas atenções ao combate à pandemia. Profissionais de diversas áreas da ciência estão focados, desde então, na busca de tratamentos, remédios, vacinas, entre outras ações que possam trazer de volta o bem-estar social, curar a doença e, ainda, prevenir a população global de contrair novamente a Covid-19.
Também assinam o manifesto, por exemplo, Rafaela Lima, professora no canal Mais Ciências, que é voltado para público adolescente com dicas, aulas e divulgação científica; Duilia de Mello, a astrofísica extragaláctica conhecida como “a Mulher das Estrelas” que, no final de 2014, foi selecionada pela revista Época como uma das 100 pessoas mais influentes do Brasil; e Rafaela da Rosa Ribeiro, doutora em Biologia Celular e Estrutural pela Unicamp, que atualmente integra uma equipe de pesquisa sobre o SARS-CoV-2, em Milão, na Itália. “Faz anos que cientistas alertam sobre o retrocesso da ciência em nosso país, com a fuga de cérebros, cortes de bolsas e cortes em financiamento. Esse manifesto ocorre em meio a dois cenários: precisamos muito da ciência e estamos correndo contra o tempo para fazer produtos nacionais e não depender tanto da indústria internacional, e vivemos em meio a mais um anúncio do corte de bolsas de pesquisadores. É extremamente necessário ser pró-ciência nesse momento,” comenta Rafaela.
O conteúdo de ambos os vídeos pode ser conferido nos seguintes canais:
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Foto de Polina Tankilevitch no Pexels