“Paul Klee – Equilíbrio Instável” reúne, pela primeira vez na América Latina, mais de 100 obras do suíço Paul Klee (1879-1940). Em São Paulo a Exposição poderá ser vista no Centro Cultural Banco do Brasil de hoje, 13 de fevereiro até 29 de abril de 2019.
Preparada especialmente para o público brasileiro, a exposição conta com 16 pinturas, 39 papéis, 5 gravuras, 5 fantoches e 58 desenhos, além de objetos pessoais do artista.
A mostra cobre todos os períodos de criação de Klee. O artista transitou por diversos estilos, como o Cubismo, o Expressionismo, o Construtivismo e o Surrealismo.
Muito eclético, seu legado artístico não pode ser reduzido a nenhum rótulo em particular, tendo alcançado uma notável expressão pictórica própria, o que reforçou seu papel central na história moderna da arte.
De acordo com a curadora, a historiadora de arte suíça Fabienne Eggelhöffer, “Há muitas peças selecionadas para a mostra do CCBB que sugerem a apropriação de signos gráficos de diversas culturas, como hieróglifos, sem correspondência lógica… Klee criou ao mesmo tempo imagens abstratas e figurativas, nas quais a linha ocupou o posto central, uma espécie de ‘eureka’ para exprimir o movimento”.
Em outras palavras, Klee não tinha interesse pelo “o quê” estava sendo representado, sua ênfase estava em “como” representar. “Desse modo, a escritura serviu, sim, de modelo para Klee – e estamos falando tanto da caligrafia árabe como da chinesa -, mas ele distorceu o seu significado a fim de inventar novos signos.”
Klee foi companheiro de Kandinsky na Bauhaus, a histórica escola alemã de arquitetura e design, onde passou a lecionar em 1921. Há na mostra um segmento dedicado ao período, destacando-se um óleo sobre cartão (de 1927) que lembra as construções ortogonais de Mondrian.
A exposição enfatiza a importância das inúmeras “influências” na formação do repertório imagético do artista: o orfismo de Delaunay, o cubismo de Picasso em Paris, o contato com a arte expressionista do grupo Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), do qual se aproximou ao chegar em Munique, ainda jovem.
“Olhando para esses artistas, ele transformou sua teoria em prática, e os visitantes da exposição descobrirão como Klee, literalmente, abriu um novo capítulo na história da arte ao se afastar do naturalismo”, observa a curadora.
Para ele, romper com a representação realista de objetos e da natureza, buscando formas de expressão isoladas do mundo material, não era um mero capricho. Era um compromisso que assumiu ao conhecer o texto paradigmático de Kandinsky (Sobre o Espiritual na Arte, 1911) escrito na época em que o russo integrava o movimento expressionista alemão Der Blaue Reiter (entre 1911 e 1914).
O artista evitou os conceitos de bom e mau, que, segundo ele, criam um estado de estabilidade ética pouco favorável ao desenvolvimento da arte.
“Os autorretratos de Klee conduziram a uma conclusão equivocada sobre ele – a de que foi um artista voltado para si mesmo – mas queremos mostrar que Klee não desenvolveu sua arte isoladamente, e sim olhando para outros artistas, como Delaunay”, finaliza a curadora.
Serviço
Paul Klee – Equilíbrio Instável | Centro Cultural Banco do Brasil
• Curadoria: Fabienne Eggelhöfer
• Realização: Expomus
• Patrocínio: Banco do Brasil e BB Seguros
• CCBB São Paulo: 13/02/2019 a 29/04/2019
• CCBB Rio de Janeiro: 15/05/2019 a 12/08/2019
• CCBB Belo Horizonte: 28/08/2019 a 18/11/2019
• Entrada gratuita.
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
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